Cientistas
cada vez mais estão testando como produzir órgãos simples e partes do corpo
humano de forma artificial, cultivando células-tronco e usando suportes de
plástico e outros materiais para que elas cresçam ou como partes para
"hospedá-las" quando forem instaladas no corpo humano, informa a
agência de notícias Associated Press.
Na
Carolina do Norte, por exemplo, uma impressora 3D está sendo usada em um
laboratório para produzir protótipos de rins em miniatura e outras estruturas
para pesquisa. Ao invés de depositar tinta, a impressora usa um gel biodegradável,
banhado em uma mistura de células, para "construir" um rim camada por
camada.
Professor
da Universidade Wake Forest, onde o experimento está sendo realizado, Anthony
Atala informa que seu laboratório também produz moldes para orelhas e narizes.
Órgãos internos como fígados, corações e rins são muito mais complexos de se reproduzir. Pesquisador segura
molde em miniatura de rim humano criado com impressora 3D em um laboratório.
(Foto: Allen Breed/AP) - Todos
são experimentos, e o professor afirma que deve levar muitos anos até que
órgãos "impressos" possam ser usados em pacientes. A maioria dos
testes em laboratório para o caso de produção de órgãos e partes do corpo ainda
está na fase inicial, longe do uso em pacientes, segundo os pesquisadores.
Vaso
sanguíneo: pesquisadores utilizaram células da medula óssea de uma garota
americana, Angela Irizarry, para produzir um vaso sanguíneo artificial para a
menina, há dois anos atrás. A garota, que hoje tem cinco anos, consegue dançar,
cantar e sonha em ser bombeira, de acordo com a Associated Press.
Angela
nasceu em 2007 com um problema no coração, uma condição que poderia ser letal
em pouco tempo de vida. O tratamento padrão envolveria uma série de cirurgias,
a última com um implante de um vaso sanguíneo próximo ao coração para conectar
uma veia em uma artéria.
Em
2011, médicos da Universidade de Yale disseram aos pais da menina que poderiam
tentar criar esse vaso sanguíneo com células da medula óssea da garota.
"Havia um risco", disse a mãe, Claudia Irizarry. Mas os pais
decidiram seguir em frente.
As
células da medula foram cultivadas envolvendo um tubo biodegradável de mais de
12 centímetros de comprimento. Após o tempo necessário para a preparação, o
enxerto foi implantado em Angela para que tomasse o lugar onde ficaria o vaso
sanguíneo, afirma a Associated Press. - Após quase dois anos, a garota está se
recuperando bem, diz a mãe.
Um
dos procedimentos mais comuns entre os testados pelos cientistas nos EUA é
utilizar as células dos próprios pacientes e cultivá-las em laboratórios, para
reparar problemas físicos simples - uma cartilagem do joelho, por exemplo.
Vítimas
de queimaduras estão sendo tratadas com pele criada em laboratório, diz ainda a
Associated Press.
Fonte: bem estar - Portal G1, em: 17/06/2013