11 de set. de 2016

Um choque de realidade chamado... PARAPLEGIA

As pessoas se acostumaram com o modelo do paraplégico sentado numa cadeira de rodas, bem penteado e arrumado, mas não imaginam que exista toda uma infra-estrutura envolvida e que a maioria, (mais de 85% dos casos), não tem condições de arcar com os custos de um tratamento. Para os que não sabem, paraplegia mata! Não a deficiência em si, mas as seqüelas associadas à lesão. Os paraplégicos deparam-se com uma vida de grande incapacidade, requerendo acompanhamento e cuidados contínuos, e a experiência de inúmeros profissionais de saúde, por toda a vida. Complicações de sepse (infecção), são uma importante causa de morte nos paraplégicos, permanecendo o risco pelo resto de suas vidas. Edemas nos membros inferiores, contraturas articulares, problemas respiratórios e dor. O déficit neurológico é permanente e novos problemas de saúde podem desenvolver-se: osteomielite, fístulas e espasmos musculares, sensibilidade profunda, descontrole vesical e intestinal. Isso tudo, além de perda da função e da sensibilidade sexual, em grande parte das lesões. A imobilidade leva a ruptura cutânea (úlceras de decúbito, ou escaras) e, infecções urinárias por toda a vida. — Sei que muitas serão as interpretações de meu texto. Por mais contundente que pareça, já era a hora e o momento de se fazer conhecido nosso real sofrimento. Apesar de polêmica, defendo uma linha de pesquisas na qual sejam utilizados voluntários, quer em terapias e/ou cirurgias experimentais. — Cito exemplos: 1º transplante de coração, 1ª cirurgia de múltiplos transplantes de órgãos, 1º transplante de pulmões, rins, fígado e outros. Até mesmo cirurgias complexas, de alto risco, como a separação de gêmeos siameses. Senhores: tudo é questão de iniciativa; falta apenas um precedente.
Não existe progresso sem sacrifícios, nem cura sem voluntários em terapias e/ou cirurgias experimentais. Terapias promissoras de regeneração envolvem a manipulação de células-tronco embrionárias, sim. Células-tronco adultas não se transformam em neurônio é um fato! Não se pode frear a ciência. O que está ocorrendo é o adiamento do inevitável. Eu sou voluntário, sou cobaia, fiz a minha escolha, e você amigo leitor qual seria a sua escolha?
“A dor é uma experiência individual, ela desperta sentimentos diferentes em pessoas diferentes.”


Obrigado, Ricardo Monclair
e-mail: ricardodiricardo@gmail.com

Um comentário:

Glória Vanderli Ferreira Hartilek disse...

Mesmo conhecendo a História de Ricardo Monclair, não sabia da riqueza de detalhes! Me entristece em ver um país tão rico como o Brasil, não usando as verbas destinadas á saúde. Este jovem homem com tantas necessidades, e sem ajuda quase nenhuma.Como cristã sinto-me no dever de buscar todos os recursos disponíveis para ele. Temos excelentes especialistas que deveriam se interessar por seu quadro de dor e sofrimento!E tocar o coração de todos aqueles que podem ajuda-lo de alguma forma a manter acesa a sua luta e vontade de viver, pois ele tem este direito. Vamos nos SOLIDARIZAR?

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